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Direção Defensiva e Cidadania
24 de Julho, de 2022
Artigo
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By JOSÉ ROBERTO DE SOUZA DIAS
Direção Defensiva e Cidadania

Direção defensiva e cidadania são as duas faces de uma mesma moeda. O motorista consciente não esgota sua capacidade cidadã exclusivamente no ato de conduzir um veículo, mas tem uma visão ampliada do conjunto.  Tem o hábito de dirigir, visando proteger a si mesmo e ao outro não só no trânsito, mas em sociedade, na vida familiar, profissional, política, e no dia a dia, no convívio social age sempre de forma solidária.

Mas, afinal de contas o que se entende por direção defensiva?

Compreende-se direção defensiva como sendo uma postura proativa do condutor de veículos que preza pela vida do outro como da sua própria. Tem consciência da importância da redução dos riscos de acidentes a partir da prática de uma direção solidária, cidadã, que leva sempre em conta o seu direito e o do outro ao se locomover.

A partir de tal competência o motorista cidadão é capaz de prever atitudes, sem precisar de estímulos externos. Nesse sentido tem uma perfeita antecipação das manobras de segurança, prevendo situações de risco no trânsito, exercitando um hábito que se tornou conhecido como o de dirigir para si e para os outros.

Na prática isso se dá de forma muito simples e eficiente. Em outros termos, necessário se faz olhar para frente antecipando em segundos o que possa acontecer, permitindo que se tenha tempo para reagir as imprevisibilidades do trânsito.

Mas só isso não basta, necessário se faz ter olhos de águia e fazer dos espelhos fortes aliados, escaneando-os, constantemente, para saber com antecipação o que se passa ao redor.

Praticar os segundos de ouro e antecipar-se aos acontecimentos são hábitos fundamentais que acompanham o condutor defensivo.

Segundo publicação da Shell Global sobre defensive driving, ao tomar uma decisão ao volante não se deve basear na opinião de terceiros que estão ao lado. Ao contrário, dê a si mesmo e aos outros motoristas o necessário tempo e espaço para reagirem defensivamente.

Isso significa, por exemplo, manter uma distância de três segundos com o veículo da frente. Mas, como fazer isso? É simples fazer o cálculo de três segundos, basta olhar para o carro da frente e verificar se os pneus traseiros tocam no chão. Se enxergar, fique tranquilo, pois esta é a distância desejável de segurança. Mantendo tal espaçamento é possível evitar colisões traseiras, permitir uma manobra inesperada e até mesmo escapar de uma abordagem indesejável.

Procedendo de tal forma se dirige o veículo também para os outros, e colisões poderão ser evitadas, inclusive a de outros, com a traseira do seu próprio carro.

Tal técnica de direção defensiva permite avançar ou sair do caminho quando, pelos retrovisores se observa a aproximação de um veículo em alta velocidade. Lembre-se, entretanto, que os retrovisores possuem os chamados pontos cegos, nesse sentido sempre escaneie rapidamente os diferentes espelhos antes da tomada de qualquer decisão.

Manter a atenção total com os pedestres, ciclistas e motociclistas que sempre tem prioridade aos demais veículos, mesmo quando cometem algum erro ou infração. Observe que estes só têm o pano da roupa e a pele do corpo para se protegerem. Total atenção pois estes, mesmo fora da faixa de segurança ou com o semáforo fechado, sempre devem ser preservados e tem a mais absoluta prioridade.

Ainda não foi inventada uma bola de cristal para uso no trânsito, nem mesmo os chamados carros inteligentes ainda não são capazes de prever intenções, no máximo minimizá-las. Assim é vital sinalizar com antecedência, e de forma clara, todas as manobras que se fizer no trânsito. Isso não é difícil, basta se conscientizar que o outro pode ser você mesmo e tornar essa atitude um hábito de respeito ao próximo.

Entre as atitudes do motorista defensivo distingue-se o fato de estar atento aos demais usuários das vias, condutores, pedestres, ciclistas, motociclistas, checando constantemente o entorno, lendo as placas e demais sinalizações, as compreendendo e respeitando.

Fique atento aos locais onde há mais sinalizações e proibições, pois isto significa que é uma área de risco e precisa de uma atenção redobrada.

No trânsito, como na vida, ponha em prática o amor ao próximo e faça aos outros aquilo que gostaria que fizessem para você.

JOSÉ ROBERTO DE SOUZA DIAS

Doutor em Ciências Humanas e Mestre em História Econômica pela USP, criou e coordenou o Programa PARE do Ministério dos Transportes, foi Diretor do Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, Secretário-Executivo do Gerat da Casa Civil da Presidência da República, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de
Florianópolis – Cesusc, Two Flags Post – Publisher & Editor-in-Chief.