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Vem aí: “Semana Nacional do Trânsito”. Precisamos lembrar do que necessitamos.
15 de Julho, de 2022
Artigo
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By DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR
Vem aí: “Semana Nacional do Trânsito”. Precisamos lembrar do que necessitamos.

Está próxima a Semana Nacional do Trânsito. Precisamos nos programar para estruturar aquilo que precisamos praticar e cobrar da sociedade e das autoridades no sentido de reduzirmos a doença epidêmica no trânsito. Assim chamamos porque uma pessoa com plena saúde ao pisar na calçada para se deslocar, é atingida por um veículo e repentinamente vira um paciente que estará estendido no chão, já sem vida ou aguardando o resgate para ser conduzido ao pronto Socorro.

Mas isso não é um sinistro isolado e sim múltiplos, em torno de 40.000 óbitos por ano, 160.000 incapacitados temporariamente ou definitivamente para o trabalho. É isso que caracteriza essa epidemia para a qual não há ações intensivas da sociedade, dos governos e organizações não governamentais. Tudo é superficial e geralmente passado a população, que desatenta, não tem maiores atitudes para estimular as forças governamentais.

A educação de trânsito nas escolas, acredito ser a principal e básica atitude governamental na implantação, conforme previsto no Código Brasileiro de Trânsito (CBT).

Desenvolver campanhas permanentes buscando uma mobilidade segura, evidenciando as principais causas de sinistros como a velocidade, álcool, drogas, fadiga, sono e os perigos da tecnologia introduzida no veículo, lembrando que este serve apenas para a mobilidade.

Temos que lembrar tudo isso e mais, porque as maiores perdas de vidas no trânsito ocorrem com os jovens na faixa etária de 18 a 34 anos quando deveriam estar altamente produtivos. São eles que mais utilizam os itens descritos iniciando pela velocidade e os demais fatores citados que levam ao óbito e sequela.

Mudanças na formação de condutores é outra necessidade. Não podemos entender que o motociclista aprenda a dirigir em um ambiente fechado, andando em primeira marcha e demonstrando equilíbrio. Dessa forma recebe a CNH. Vai para o trânsito passando a ser um autodidata e sempre cometendo infrações e sinistros. O mesmo acontecendo com o condutor, que aprende a fazer o carro andar desconhecendo as dificuldades numa ultrapassagem de um veículo longo, dirigir na chuva, piso escorregadio, à 80 km por hora e ter que desviar de um objeto à frente, um pedestre, por exemplo. Ainda desconhecendo a direção diurna e noturna, certamente que terá tudo para que o sinistro ocorra. Muitas outras situações precisariam estar na grade de informações para termos uma boa formação.

Necessidades básicas para formar um condutor que tenha conhecimento da responsabilidade, que utilize da cidadania, do respeito, da tranquilidade para fazer do trânsito uma necessidade de todos e que tenham em mente sempre o trânsito seguro. Independente de tudo isso, temos que implementar treinamento para aquele que adentra uma concessionária para adquirir um veículo. É inadmissível que seja comprado o veículo e o comprador deixe a concessionária sem ter o menor conhecimento de como utilizar o veículo. Temos que ter nessa concessionária um treinamento específico para aquele veículo. Simulador seria equipamento indicado para essa atividade com a supervisão do instrutor. Os veículos sofrem modificações a cada ano, introduz- se a tecnologia, a modernidade estará sempre presente.

E para finalizar com este programa, não podemos ter um curso de formação e nunca mais voltarmos ao banco escolar. Isso tudo muda. Leis, resoluções, sinalizações, novos veículos são lançados no mercado, precisamos iniciar uma educação continuada. De nada adianta comemorarmos a “Semana Nacional de Trânsito se atitudes efetivas não sejam tomadas.

A doença epidêmica que citamos tem que ser erradicada, a imunização tem que ser efetiva já que estamos diante de um grande “Problema de Saúde Pública”. A “Associação Brasileira de Medicina do Trânsito” tem a vacina. Essa é uma das organizações especializadas que muito tem contribuído para redução dos sinistros de trânsito.

 

DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR

Diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)