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Bike, o veículo da moda
23 de Novembro, de 2022
Artigo
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By DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR
Bike, o veículo da moda

A bicicleta é o veículo de hoje e do futuro. Não polui, transporta e proporciona saúde. Precisamos estimular cada vez mais esse novo modal para substituir veículos motores acabando com tudo aquilo que traz de mal à sociedade como desconforto, ruído, gases, vapores, poeiras, fuligem e ainda submetem o ambiente a chuva ácida, efeito estufa e comprometendo o aquecimento global.

A frota de bicicletas cresce de maneira assustadora, hoje temos 70 milhões. São produzidas cerca de 4 milhões por ano e o Brasil se encontra em quarto lugar entre os maiores produtores do mundo. Temos a sexta frota, atrás de China, Índia, Estados Unidos, Japão e Alemanha.

A Europa inteira já adota a bike de longuíssima data, as bicicletas e os triciclos movidos com pedais são rotineiros nas ruas de Paris por exemplo, diminuindo consideravelmente a poluição e melhorando substancialmente o trânsito.

Quando falamos de energia cinética, energia do movimento, temos que nos preocupar com a possibilidade de lesões graves e óbitos com a bicicleta que é oito vezes maior. Enquanto isso, com o pedestre é de 9 vezes a possibilidade de morte. E de moto aumenta para 20 vezes a possibilidade de óbito. Vejam que os mais frágeis, mais vulneráveis ficam sujeitos a condições de riscos maiores quando desrespeitam as regras de trânsito e não usam os equipamentos de segurança.

Quando envolvida numa colisão, estando o veículo motorizado a 64,4 km/h, a possibilidade de morte do ciclista é 11 vezes maior. E se a velocidade for de 80,5 km/h aumenta para 16 vezes a possibilidade de morte.

Nos últimos anos vemos aumento progressivo dos óbitos e sequelados com um aumento de 23%, com predomínio de 80% de homens na faixa etária de 20 a 59 anos.

O Ministério da saúde informa que 13 mil internações ocorreram no último ano com custo de 15 milhões de reais. Os sinistros têm um aumento exponencial, sendo que Goiás aumentou em 240%, Rondônia 113%, Sergipe 100%. Entre as cidades, predomínio é em Belo Horizonte, Goiânia e Fortaleza.

A ausência de ciclovias, ou mal projetadas, com manutenção deficiente, interrompidas em locais de risco, estreitas e muitas vezes traçadas ao lado da via são condições de alto risco para que o acidente ocorra.

Hoje a bike virou veículo de trabalho, temos a bike boys, ciclista entregador ou bike courier. Esses preocupam mais porque não utilizam as ciclofaixas, transitam na via entre veículos, quase sempre sem equipamentos de segurança, desrespeitando as regras de trânsito e com um tempo determinado para a entrega. Tornam-se mais vulneráveis e são os que adentram os prontos socorros com lesões mais graves.

Com relação as lesões produzidas por queda ou colisão, o comprometimento aparece em membros superiores e inferiores, face e crânio. Os mais graves são as lesões de face, arcada dentária, crânio e o traumatismo crânio encefálico.

Então gente, cuidado, foi um brinquedo na infância e hoje é um meio de lazer, de transporte e de trabalho. Para tal, precisamos respeitar as regras de trânsito contidas no Código Brasileiro de Trânsito, utilizar as ciclofaixas, ciclovias, equipamentos de segurança, iluminação frontal, lateral e trazeira da bike assim como nos pedais, manter velocidade adequada para o local e respeitar as regras.

Precisamos conscientizar a comunidade da bike dos riscos, perigos e a necessidade de buscar informação e treinamento.

Não podemos deixar que esses acontecimentos venham aumentar nossas estatísticas e que a doença do trânsito causada pelo sinistro se torne cada vez mais epidêmica.

 

DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR

Diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)