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CHEGOU A CONTA...
28 de Junho, de 2022
Artigo
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By JOSÉ ROBERTO DE SOUZA DIAS
CHEGOU A CONTA...

A desastrada política do “fique em casa” e a economia a gente resolve depois”, acaba de mandar sua conta para o mundo. Não é um problema exclusivo do Brasil onde, aliás, os mecanismos de contenção foram acionados e até vem impedindo que se perca as rédeas do processo econômico. Mas, mesmo assim, foi impossível deter a subida dos preços que tem no combustível, o principal fator impulsionador do processo

O Mundo, a seu turno, assiste atônito a disparada dos preços dos combustíveis nas bombas. Os americanos e os europeus sentem o impacto, cada vez que encostam o carro para abastecer.

Essa situação já era perceptível antes mesmo da pandemia. É óbvio ressaltar que as nuvens se formam antes do temporal, embora alguns não as percebam. A jornalista Pippa Stevens, da CNBC, em interessante artigo chama a atenção para o fato de produtores de energia cortarem seus investimentos e projetos antes do mundo ser assolado pela pandemia e começar a guerra da Ucrânia.

O terror provocado pelo vírus fez a demanda por derivados de petróleo desmoronar.  E na medida que o pesadelo passava, os governos repensaram o radicalismo que adotaram no combate à doença e as cidades voltaram a respirar os ares da liberdade. As economias reabriram e o consumo energético foi retornando ao padrão dos anos anteriores. Evidente que os preços começaram a subir a rampa em todos os continentes.

Os USA que já começavam a sofrer as consequências das políticas “ditas” progressistas dos democratas recém-chegados à Casa Branca precisaram renunciar a parte de sua Reserva Estratégica de Petróleo para acalmar os preços, no momento que o mercado reagia com o aumento pela demanda do produto.

Foi um esforço comum da administração Biden com a Índia e o Japão, mas segundo a CNBC, esse esforço durou pouco. A invasão da Ucrânia pela Rússia, no final de fevereiro, abalaria ainda mais o mercado energético e colocaria a economia internacional em uma espiral inflacionária.

As sanções contra a Rússia, patrocinadas principalmente pelos USA, não foram suficientes para abrandar os ímpetos da guerra, mas certamente jogaram gasolina no conflito e serviram para aproximar velhos aliados, como Rússia e China.

Isso se comprova pela cúpula virtual de líderes do Brics, no dia 23 de junho do corrente. Nessa ocasião Xi Jinping – que a liderou - declarou que uma das tarefas dos Brics é opor-se as sanções unilaterais e abusos cometidos pelos USA e pela OTAN.

A recente decisão da Comissão da União Europeia de considerar a Ucrânia oficialmente candidata a entrar no bloco, junto com a Moldávia, agravam substancialmente o quadro internacional, mesmo se sabendo que o processo é longo e depende da decisão dos 27 países pertencentes ao bloco. Deve-se salientar, ainda, que fazer parte da União Europeia, não significa pertencer a OTAN que é a Aliança Militar do Atlântico Norte.

Mesmo assim, a Ucrânia se sentirá mais segura pertencendo oficialmente a União Europeia, mesmo não estando sob o guarda-chuva da OTAN. Os russos, exímios jogadores do xadrez diplomático, seguramente percebem com clareza quais podem ser os próximos lances de seus oponentes. Nessa circunstância, não é de todo impossível se esperar um agravamento da guerra.

Ao compreender esse quadro internacional fica muito mais fácil decifrar o que se passa no Brasil. A crise econômica que se vive se encaixa perfeitamente no panorama internacional e não foi gestada internamente, muito pelo contrário. O custo da epidemia para o Estado brasileiro – como para muitos outros países - foi elevadíssimo.

As oposições brasileiras, com baixíssimo grau de responsabilidade civil, aproveitaram-se do momento para se articularem com determinados setores da administração pública, inclusive do judiciário, com a velha e consorciada imprensa, com segmentos econômicos descontentes com as políticas liberais adotadas, e até mesmo com grupos internacionais prejudicados pelos avanços dos produtos brasileiros no mercado mundial, e passaram a responsabilizar o governo como sendo único responsável pela crise. Tentaram, até mesmo, vender a ideia de um governo nazifascista responsável pelas milhares de mortes provoca das pela pandemia no Brasil.

Era essa a imagem que se procurava vender interna e externamente. Em nenhum momento se propagava o fato inconteste de que medidas judiciais haviam tolhido o poder da União e passado para governadores e prefeitos as decisões de como agir no combate ao vírus.

Inúmeras vezes, o Governo Federal se manifestou para mostrar a realidade dos fatos, inclusive condenando as prejudiciais medidas da política do “fique em casa a economia se vê depois”. Afirmou-se com constância, quase premonitória, que o fechamento indiscriminado das cidades poderia resultar na quebra dos negócios, na violência urbana e na fome.

A educação, o trânsito e o transporte público foram os que mais sofreram com as medidas indiscriminadas do fecha tudo. Pode-se afirmar, sem exageros, que toda uma geração foi prejudicada no seu processo de aprendizado.

Mas, a Luz, sempre vence a escuridão. Agora, que chegou a conta para ser paga, começa-se a separar o joio do trigo. Os cidadãos que cada vez mais se informam pelas redes sociais, percebem onde está a verdade e onde habita a manipulação e a mentira. Bom momento este, pois em breve voltaremos a fazer nossas escolhas. Quem viver verá, pois o trânsito está livre para a vida.

JOSÉ ROBERTO DE SOUZA DIAS

Doutor em Ciências Humanas e Mestre em História Econômica pela USP, criou e coordenou o Programa PARE do Ministério dos Transportes, foi Diretor do Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, Secretário-Executivo do Gerat da Casa Civil da Presidência da República, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de
Florianópolis – Cesusc, Two Flags Post – Publisher & Editor-in-Chief.