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Compulsão para velocidade
21 de Janeiro, de 2021
Artigo
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By DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR
Compulsão para velocidade

Compulsão pode ser sintoma de ansiedade e carência afetiva.

Precisamos analisar com detalhes a compulsão para velocidade. As estatísticas mostram que a maior incidência de acidentes em que a velocidade foi fator de risco principal acontecem com jovens entre 18 e 25 anos.                                                                          

Será que esses jovens são portadores de "Compulsão para Velocidade"?

E o que é "Compulsão"?

É fazer alguma coisa de maneira exagerada como é comer demais, fumar de mais, exagerar na atividade física, jogar muito, dirigir em alta velocidade o que pode ser uma maneira de se expressar ansiedade, tensão. A compulsão é isso, o indivíduo sente-se compelido, atraído para determinada coisa mesmo sabendo que não deve, que não pode, que não quer. Parece que tudo surge devido a conflitos, dificuldade para resolver problemas, dúvidas na definição de rumos a tomar, falta de decisões, medo, ansiedade, carência. Não se trata de uma doença, mas de um sinal e sintoma que necessita de atenção. Em consequência a compulsão nada mais é que a exteriorização inconsciente de conflitos que gera comportamento irregular.

Observe que o jovem é um estreante, um debutante na vida. Tudo é surpreendente, magnífico, tudo é emoção, tudo quer experimentar. A liberdade para executar o que quer tem que estar sempre presente. Qualquer obstáculo diante de objetivos é atropelado quase sempre com fúria, represália e muitas vezes com violência. Saber entender e conduzir esse jovem faz-se necessário.

Aos dezoito anos parte para uma nova emoção, ter a carteira de motorista. Sem ainda saber dirigir já pensa em correr, desenvolver velocidade e sentir o prazer da direção. Quando os conflitos existem, o novo portador da carta de habilitação evoluirá para os excessos de velocidade demonstrando claramente a compulsão.

A todo momento nas ruas vemos esses jovens, sentem a necessidade de despertar a atenção de todos através da velocidade, de uma frenagem abrupta, um arranque rápido, um ronco do motor barulhento. São esses que nos fins de semana enchem as manchetes com acidentes absurdos.

Você se identifica como portador desse sinal e sintoma?

Isso não é nenhum absurdo. O que é preciso é ter consciência de que se está tendo um distúrbio de comportamento que muitas vezes não identificamos o motivo e o agente causal pode ser aquele algo mal resolvido esquecido no inconsciente.

Existe alguma coisa que se possa fazer?

Claro que existe. Dissemos que a compulsão é um sinal e não uma doença, mas que necessita cuidados, orientação, para que o portador identifique seus conflitos e corrija seu comportamento. Ele necessita do psicólogo para fazer uma psicoterapia.

Muito nos preocupa aqueles que desenvolvendo excesso de velocidade podem causar danos a si mesmo e causarem danos materiais e corporais a terceiros. Qualquer veículo, leve ou pesado, considera-se como máquina extremamente perigosa, daí estarmos permanentemente atuando na prevenção de acidentes quando pilotando uma motocicleta, dirigindo um automóvel, caminhão, ônibus ou mesmo transitando como pedestre numa via pública.

DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR

Diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)