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Fim de festa
27 de Janeiro, de 2024
Artigo
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By DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR
Fim de festa

Por que tantas perdas?

É com tristeza o registro de mortes e lesionados graves nas rodovias em função do deslocamento da população em direção as suas cidades de origem para estarem junto aos familiares para as festas de fim de ano.

Ações protetivas e preventivas sempre são tomadas pela Polícia Rodoviária Federal, mesmo assim, não temos o resultado desejado.

Enfrentando a resistência e a impaciência dos indivíduos atrás dos volantes que transitam nas estradas e querem chegar ao destino rapidamente, mas não imaginam o risco que correm.

Temos que chegar bem.

 Muitas vezes as condições mecânicas do veículo não foram observadas. Outras vezes velocidade é utilizada para que a viagem seja rápida e que atenda às necessidades dele, motorista e dos ocupantes do veículo.

Chegar, é chegar tranquilo, sem fadiga, com o veículo em bom estado e ainda com o respeito às regras de trânsito e logicamente à sua autoproteção e a proteção de seus acompanhantes. Muitas vezes não é isso que é feito, em consequência, temos os sinistros nas nossas rodovias e sinistros graves, lesões graves gravíssimas que fazem com que o indivíduo seja socorrido e muitas vezes não resista ao atendimento, no transporte ou na chegada aos hospitais.

Só no Natal recente, tivemos 90 mortes. Ocorreram 891 sinistros e toda a proteção preventiva foi dada pelo policiamento rodoviário, mesmo assim, sinistros gravíssimos ocorreram. Será que a sociedade como um todo não tem conhecimento dos riscos, não só para os motoristas, passageiros, motociclistas, caminhoneiros, ciclistas que transitam nas rodovias?

Mesmo diante da notícia dos acidentes do Natal, no feriado de Ano Novo ocorreram 725 acidentes e 56 mortes. Natal e Ano Novo desse 2023 foram 146 óbitos que poderiam ser evitados.                   

Ficamos sem entender por que chegam aos nossos hospitais tantos lesionados que poderiam ser evitados se houvesse o respeito às regras de trânsito, se os distúrbios comportamentais que ocorrem com uso de bebidas alcoólicas, drogas que alteram em muito a dirigibilidade. Temos que atender surpresos, assustados com o tamanho da gravidade.

Parece que estamos perdendo o Amor à Vida, deixando-a para trás, pouco ligando para ela, não imaginando a beleza dessa vida, o aproveitamento com situações melhores do que aquelas que enfrentamos nas rodovias, fazendo os absurdos que a todo momento vemos.

Precisamos desenvolver e estimular a nossa vontade permanente de viver.

Viver tem que gerar prazer e a criatividade é essencial nesse prazer. Todos nós temos dois grandes atributos, a inteligência e a vontade. A inteligência é uma riqueza que temos, é comum a todos. A inteligência nos mostra o caminho correto. Mas essa inteligência não nos conduz no caminho. Já a vontade é o atributo que distingue as pessoas. É essa vontade que tem que prevalecer quando enxergamos regras de trânsito, quando vemos placas de trânsito, quando vemos os riscos, os perigos que é a máquina sobre rodas  e quando em uso de álcool, drogas, utilizando a tecnologia introduzida no veículo como celular, televisão a bordo, todos os mecanismos capazes de levar a desatenção, logicamente ao sinistro com lesões graves, gravíssimas, com necessidades de resgate para os hospitais, resgates que muitas vezes são interrompidos pelo óbito no trajeto, outros na chegada ao hospital como citamos.

Estamos cansados de atender esse tipo de traumatizado, que é assustador pelas lesões apresentadas, quando já fazemos previsões de sequelas, incapacidades temporárias e mesmo definitivas. Precisamos de rigor no controle desses indivíduos que não enxergam a necessidade de preservar a sua vida e a vida de outros.

Precisamos desenvolver e estimular a nossa vontade permanente de viver.

DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR

Diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)