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O motorista defensivo e as rotas de fuga
21 de Fevereiro, de 2023
Artigo
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By JOSÉ ROBERTO DE SOUZA DIAS
O motorista defensivo e as rotas de fuga

No momento em que o Brasil vive, mais uma vez, uma de suas grandes tragédias, em que eventos climáticos rigorosos se misturam com a falta de planejamento e a corrupção instalada por (des) governos populistas, a atenção se volta aos motoristas.

Esses, em situações de adversidade, conseguirão avaliar os riscos quando tiverem que enfrentar situações inesperadas como quedas de barreiras e deslizamento nas rodovias e, ao mesmo tempo, manterem a calma para dirigir com suficiente margem de segurança?

Segundo Tom Harrington, em Artigo publicado em abril de 2020, considerou que um condutor dificilmente pode prever totalmente a reação dos outros motoristas no trânsito. Ponderou que tal fato se agrava perante a imprevisibilidade climática e as mudanças que, rapidamente, provoca no meio ambiente. Por isso, considera fundamental nunca “baixar a guarda” e sempre estar técnica e psicologicamente alerta para realizar manobras emergenciais.

Com o futuro dos veículos inteligentes ainda em gestação, cabe a cada um de nós fazer o máximo que puder para otimizar a capacidade de dirigir e se manter seguro nas estradas movimentadas de hoje.

Ações baseadas nas Técnicas de direção: preventiva, defensiva e proativa sempre serão de fundamental importância quando se trata de preservar a integridade física e patrimonial.

Gerald Wilde, em “O Limite Aceitável de Risco”, insiste na necessidade de se aprender e praticar a chamada direção preventiva. Significa que, se você não pode controlar diretamente as ações dos outros pode, pelo menos, controlar as suas. Em outros termos, é aquilo que as gerações pioneiras de motorista categorizavam como dirigir pelos outros.

A adoção de técnicas de direção defensiva ajuda a corrigir os equívocos de outros motoristas, sem que estes percebam. Tom Harrington nos ensina a planejar rotas de fuga e a posicionar corretamente o veículo, encorajando os outros motoristas a adotar procedimento similar. O motorista defensivo é acima de tudo um cidadão que coloca em prática, nas vias, o amor ao próximo e deseja aos outros o que quer para si próprio.

A direção proativa significa que você é um motorista responsável, com capacidade de perceber e reagir a ações de outros usuários da estrada de maneira segura e eficiente e visualizar rotas de fuga, o que facilitará e evitará acidentes.

Para se atingir tal meta é necessário Concentração, Observação, Antecipação e Planejamento, alicerces do condutor proativo. Uma regra de ouro, em todas as situações de trânsito, e a melhor forma de evitar perigos potenciais, é posicionar o seu veículo onde tenha mais chances de ver e ser visto, preventivamente.

Na sociedade digitalizada de nossos tempos é aquele que considera uma rota de fuga como uma rota de backup, para no caso de uma situação perigosa nas estradas, prevenir e diminuir a possibilidade de acidentes pessoais e danos a propriedade.

Assim, caro leitor, como um motorista que se quer defensivo, procure sempre se esforçar para ter e planejar rotas de fuga, antecipando-se ao perigo.

A informatização tornou fácil consultar as condições climáticas antes de iniciar uma viagem. Se antes se olhava para os céus para se saber se ia chover ou não, hoje busca-se no smartphone o mapa do caminho para saber como estará o tempo ao longo da estrada durante o percurso da viagem.

Uma vez informado sobre o comportamento do clima é hora de iniciar a viagem concentrando-se nos seguintes pontos: olhar para frente, observar os perigos e ficar fora dos riscos; manobrar para um dos lados apenas quando a segurança for absoluta; verificar as opções de fuga enquanto dirige; manter sempre distância do veículo da frente, planejar rotas de fuga com a necessária e possível antecedência, observar os fatores ambientais que ditarão suas opções de fuga.

O ambiente geral determinará as alternativas possíveis para fuga. Quem pratica a direção defensiva sabe que a melhor opção em situações adversas é diminuir a velocidade e dirigir próximo a borda externa da pista, uma vez que facilita o escape quando o perigo se torna iminente.

Mas, todo o cuidado é pouco, pois obstáculos podem impedir que se complete um plano de fuga seguro, tais como, pedestres, meio-fio, postes de iluminação, árvores, prédios, alagamentos, cercas, paredes, carros estacionados, e uma infinitude de outras situações.

Às vezes, perigos ocultos, como uma queda acentuada no meio da vegetação ou uma vala profunda, são armadilhas a espreita de um incauto. Dessa forma ao mudar de posição na pista tem que se avaliar cautelosamente as condições de visibilidade e de trafegabilidade.

Os graves acontecimentos ocorridos durante o carnaval são um demonstrativo de que a segurança no trânsito depende em vasta escala do motorista e da prática de uma direção defensiva e cidadã.

Considere, entretanto, que ao sair de casa, no silêncio do seu “Eu profundo”, é importante elevar o pensamento e pedir o amparo divino e, chegando ao destino, agradecer a proteção recebida em mais um dia de exercício consciente do livre arbítrio.

JOSÉ ROBERTO DE SOUZA DIAS

Doutor em Ciências Humanas e Mestre em História Econômica pela USP, criou e coordenou o Programa PARE do Ministério dos Transportes, foi Diretor do Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, Secretário-Executivo do Gerat da Casa Civil da Presidência da República, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de
Florianópolis – Cesusc, Two Flags Post – Publisher & Editor-in-Chief.