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Perto do Fim
28 de Julho, de 2021
Palavra do Presidente
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By ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ
Perto do Fim

É real! Nem mesmo a imprensa mais cética está sendo capaz de esconder: estamos chegando perto do fim desta tragédia conhecida como Pandemia da Covid-19! Obviamente, temos consciência das muitas fases necessárias até chegarmos ao nosso antigo “normal”, mas nos enche os olhos de esperança poder vislumbrar a crescente melhora no enfrentamento da crise, especialmente no nosso Brasil.

“Boas notícias” têm pipocado nos meios de comunicação! Os números mostram o avanço da vacinação em todo o país e o impacto na diminuição no ritmo das mortes pela doença. Chega a emocionar! Pessoas comemorando a imunização como se tivessem ganhado um prêmio da mega-sena; diversas cidades noticiando a ausência do registro de mortes por coronavírus; familiares e amigos podendo se reencontrar após tanto tempo isolados; a vida que parece que finalmente irá voltar para os eixos...

Enfim, parece que em breve poderemos dizer que “é vida que segue!”.

Todavia, nesse momento de alívio, é importante lembrar de outras lutas que acabaram sendo “esquecidas” pelo caminho. Mas, que agora, se faz imperativo retomar! As dezenas de milhares de vítimas fatais no trânsito brasileiro continuam aparentemente invisíveis e, embora não comova a grande imprensa ao longo dos anos, continua a nos chocar e a abalar a vida de tantas famílias enlutadas.

Há quase 17 meses, temos acompanhado diariamente a evolução dos dados da pandemia: número de infectados, mortes confirmadas, tratamentos, vacinas, recuperados, leitos de hospital disponíveis, insumos... tantos detalhes importantes, mas que nos deixam com uma pulga atrás da orelha: por que as mortes do trânsito até hoje não geraram esse movimento? Por que  nossas estradas continuam a matar sem nenhuma análise aprofundada? Por que o mal comportamento no trânsito não é punido com o mesmo rigor das más condutas da pandemia?

Provavelmente, nossos questionamentos não encontrarão respostas oficiais. Mas já ajudaria muito se, ao menos, conseguíssemos gerar algum tipo de reflexão.

Sabem, a mesma dor de quem perdeu um ente querido para a Covid é sentida por quem perdeu um familiar no trânsito. A mesma falta sentida por um órfão da pandemia é sentida por quem perdeu seus pais em um “acidente”. Milhares de vítimas no trânsito também lotam as UTIs do nosso país. Centenas de milhares de “recuperados” de acidentes também carregam sequelas permanentes e estão aí lutando para se reinventar.

O mais triste de tudo isso é que a carnificina que assola as estradas do nosso Brasil poderia ser estancada de forma bem mais “simples” do que a provocada pelo coronavírus. Não é preciso descobrir nenhuma vacina e o tratamento precoce eficiente já existe há muito tempo. Porém, grande parte da população prefere ignorar e continua a matar deliberadamente, sendo aceito como “normal” pela sociedade em geral, sem nenhuma cobrança da imprensa, passando despercebido, como se não pudesse ser evitado.

Reduzir as mortes no trânsito é possível e é dever de todos colaborar para que isso aconteça! Nos últimos meses, mudamos tantos paradigmas, por que não mudar nossa relação com o trânsito e escrevermos finalmente uma história com um final feliz? Faça sua parte e cobre uma atitude correta daqueles que estão a sua volta!

ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÁ

Presidente do MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito