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Semana Nacional do Trânsito
24 de Setembro, de 2022
Artigo
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By DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR
Semana Nacional do Trânsito

Ainda muito distante do ideal, consagrando-se como uma epidemia, o trânsito preocupa todos nós. 

ABRAMET propõe imunização para o mal que assola o país.

Precisamos acelerar essa trajetória para alcançarmos o objetivo proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) de reduzir em 50% o número de mortes no nosso trânsito até 2030. Para tal, precisamos mudança radical da cultura, não só do motorista, mas também do nosso pedestre, dos governantes e toda cúpula dirigente do nosso país. Faz-se necessário a execução do Código de Trânsito Brasileiro que data de 1997, quando determina a “Educação de Trânsito” nas escolas. Até hoje, vários itens desse código não foram colocados em prática.

A fiscalização e a punição parecem abandonadas. A falta de recursos humanos acredito ser o fator principal por não estar presente a fiscalização ostensiva. As multas são mínimas em relação ao que é visto no dia a dia.

Como afirmamos, necessitamos de uma imunização a curto prazo em que a educação, fiscalização e punição precisam ser severas. Em longo prazo, atuando na mudança da cultura já na pré-escola, aos cinco anos de idade e toda adolescência, com educação de trânsito onde serão ensinados os perigos da máquina sobre rodas, abordando legislação, sinalização e comportamento no trânsito. Para que servem os veículos, como fazer bom uso, sinalização de trânsito, evoluindo com leis, resoluções, chegando ao curso secundário onde dentro da física, química, biologia seriam passados conhecimentos das ações de forças atuantes sobre o veículo.  Por que derrapam, por que capotam, efeitos do ruído, da vibração, consequências dos gases, vapores, poeiras e fuligem sobre o homem e meio ambiente. A necessidade real de utilização de equipamentos de segurança e tantas outras coisas que amadureceriam nosso jovem e ao fim de 13 anos teríamos novos cidadãos, conscientes, responsáveis, conhecendo os limites da máquina sobre rodas, o respeito mútuo e a própria vida.

Aos 18 anos, como cidadãos diferenciados, fariam um Curso de Formação de Condutores (CFC) com treinamento em simuladores onde todas as adversidades seriam ensaiadas, saindo dali para uma pista própria para colocar em prática todo o aprendizado. Pista molhada, desviar de obstáculo a 80 km/h, frear com freios comum e ABS, no sol, na chuva, neblina e por aí em diante.

Acredito que com essas simples medidas o sofrimento que vemos todos os dias em nossas salas de emergências estariam diminuindo, as UTIs, os centros cirúrgicos e enfermarias desocupados dando oportunidade do melhor atendimento aos doentes clínicos. Os custos dos sinistros medidos pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) não teriam valores tão assustadores como temos hoje. As despesas do Estado cairiam, as portas dos PS não estariam tão cheias, o sofrimento estaria em decadência. Famílias não teriam perdas de entes queridos e outras não teriam um ente imóvel numa cama dependendo de tudo que a família pode oferecer.

É vida que se perde, é dor, sofrimento e amargura quando a vítima da doença do trânsito, a doença epidêmica atinge nossa família.

Estamos convictos de que dessa forma atingiremos o objetivo reduzindo de maneira substancial a doença epidêmica que hoje faz parte do nosso dia a dia. Certamente estaríamos imunizando nossa população e erradicando um mal sistemático em nossas cidades.

 

DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR

Diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)