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Thanksgiving Day - É tempo de agradecer
26 de Novembro, de 2020
Artigo
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By JOSÉ ROBERTO DE SOUZA DIAS
Thanksgiving Day - É tempo de agradecer

O Dia Internacional de Ação de Graças – última quinta feira de novembro – merece este ano uma celebração especial. Afinal, raros foram os momentos da História que a humanidade ocupou o mesmo lado da trincheira na luta contra um inimigo comum.

As pessoas de todos os rincões do planeta debruçaram-se em suas janelas virtuais e ficaram estupefatas com o que ocorria em todo o Mundo: ruas vazias, cidades trancadas, escolas, universidades, centros culturais, restaurantes, bares, cinemas jardins e praias, fechadas. Até o transporte público, que irriga as cidades e une o povo, passou a ser rejeitado pelo risco iminente de contágio. O uso de máscaras, álcool gel e a prática do distanciamento social passou a ser rotineiro de ocidente a oriente.

As redes tradicionais de comunicação no intuito talvez, de informar, espalhavam o medo em seus repetitivos e amedrontadores informativos que em manchetes tenebrosas destacavam o número de contagiados, mortos e críticas sucessivas aos governantes.

O insigne intuito de informar acabou por disseminar o medo e transformou-se em um tipo de campeonato mundial da tragédia.

Uma tabela com as totalizações de infectados e mortos mostrava a colocação dos países. Interessante observar que o número de altas hospitalares nem sequer era mostrado pela maioria dos veículos.

Os horários nobres de televisão, quando as famílias se reúnem para jantar, transformaram-se em um dantesco campeonato epidêmico mundial. Os países se revezavam nas colunas de infectados e mortos e, estranhamente, certos veículos omitiam a as altas hospitalares.

Estimulava-se a política do stay home, do fique em casa indiscriminado, dando-se a impressão que saindo às ruas o vírus estaria a espreita do primeiro passante. Nem sequer se levou em conta que a maioria da população não pode se isolar, pelo simples fato de viverem em apertadas moradias e dependerem do ganho diário para se alimentarem.

Essa situação se transformou em um terreno fértil para todo tipo de exploração econômica, politica, ideológica e mediática. Os pudores foram colocados na mochila e mãos à obra para ganhar dinheiro, propagar a discórdia e se possível chegar ao poder.

Senhores de suas próprias verdades, transformaram-se em porta-vozes da ciência, defensores absolutos do lockdown total. À princípio não propuseram um plano B, que protegesse os vulneráveis e impedisse uma crise econômica sem precedentes. Nem sequer perceberam o estrago que poderia fazer uma depressão mundial, certamente mais devastador que a própria doença.

Por outro lado, é interessante observar como as pessoas reagem quando submetidas a forte estresse. Tome-se por referência o trânsito. Nesse caso o conhecimento das Leis de trânsito, das regras e das formas de manobrar o veículo não são suficientes, por sí, para evitar um acidente. Evidências indicam que além do conhecimento técnico e legal, necessário se faz que o condutor tenha uma percepção do perigo. A falta desse requisito explica um grande número de acidentes com usuários das vias, habilitados, mas que minimizam o risco, como afirma Gerald Wilde, professor emérito na Queen’s University do Canadá, em sua obra Target Risk.

Durante a pandemia que ainda se vive, observaram-se algumas circunstancias semelhantes ao comportamento no volante. Os indivíduos, mesmo com uma boa formação escolar, demonstraram não possuir um nível adequado de consciência e percepção do risco no que refere a pandemia.

As pessoas trancafiadas em suas casas por um longo e talvez equivocado período, voltaram progressivamente às ruas e aos poucos foram deixando de lado os protocolos de segurança, como usar máscaras, higienizar as mãos e manter distância. O resultado não poderia ser outro, a pandemia voltou a recrudescer.

Entretanto, apesar de tudo é tempo de agradecer neste Dia Internacional de Ação de Graças. Foi um ano de ensinamentos, apreendeu-se a importância do amor ao próximo, da caridade, da solidariedade, da humildade, do respeito, da liberdade propiciada pelo livre arbítrio e da igualdade, pois somos todos galhos de uma mesma arvore, chamada Humanidade.  Forjada no fogo, como o aço, apreendeu-se ao longo deste ano a real dimensão da vida...

JOSÉ ROBERTO DE SOUZA DIAS

Doutor em Ciências Humanas e Mestre em História Econômica pela USP, criou e coordenou o Programa PARE do Ministério dos Transportes, foi Diretor do Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, Secretário-Executivo do Gerat da Casa Civil da Presidência da República, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de
Florianópolis – Cesusc, Two Flags Post – Publisher & Editor-in-Chief.