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22 de Agosto, de 2022
Notícias
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By ELLEN BRUEHMUELLER
Como o envelhecimento da frota impacta o mercado automotivo brasileiro

De acordo com o relatório Frota Circulante, elaborado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores – Sindipeças, a idade média dos automóveis cresceu em 1 ano e 10 meses, entre 2013 e 2021, alcançando a média de 10 anos e 3 meses. A constatação é que o Brasil tem registrado, repetidamente, o envelhecimento da sua frota de veículos.

Ainda de acordo com o estudo, dos 38,2 milhões de automóveis em circulação no País, 23,5% apresentavam idade média de até 5 anos, outros 57,1%, com idade entre 6 e 15 anos. Já, 19,4% apresentaram idade média superior a 16 anos.

Fatores econômicos

Para Marcelo Martini, gerente de Vendas do Aftermarket da FUCHS, fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados, este cenário é, de modo geral, o reflexo de uma série de fatores econômicos, como a redução do poder aquisitivo da população e o alto custo de vida no Brasil. Nesse sentido, os impostos e a oneração da cadeia produtiva fazem com que os veículos novos sejam caros e inacessíveis para uma grande parcela da população. Junte-se a isso uma alta taxa de juros e restrições de crédito.

“O surgimento da pandemia intensificou ainda mais estes obstáculos e houve escassez na cadeia de fornecimento. Como, por exemplo, falta de componentes para a produção de novos veículos, encarecimento de fretes e matérias primas, além da escalada de preços e juros. Tudo isso impacta negativamente na aquisição de veículos zero quilômetro, ou até mesmo, na troca do carro usado por um modelo mais novo. Assim, em cadeia, o envelhecimento da frota se acentua, também, como consequência do contexto pandêmico”, considera.

Efeitos do envelhecimento da frota para o segmento de automóveis

Ainda na opinião de Martini, se olharmos para o mercado de reposição de autopeças, podemos dizer que o envelhecimento da frota traz benefícios a curto prazo. Isso porque estes veículos demandam mais cuidados e aumentam a necessidade de manutenção. Entretanto, a longo prazo, faz com que tenhamos maiores problemas ambientais e de segurança. “O envelhecimento da frota tem impacto direto na segurança do consumidor e na preservação do meio ambiente, uma vez que veículos mais antigos, de um modo geral, não contam com o pacote de segurança solicitado pela legislação atual, como airbags, freios ABS, entre outros itens obrigatórios para carros novos. Além disso, carros com idade elevada tendem a apresentar defeitos com maior frequência. Esta é uma situação que pode se tornar ainda mais grave caso o proprietário não esteja com as revisões e manutenções em dia. Ou seja, pode gerar aumento no número de acidentes”, ressalta.

Meio ambiente e segurança

Com relação ao meio ambiente, o gerente de Vendas do Aftermarket da FUCHS,  salienta o fato de que veículos antigos tendem a consumir mais combustível. Caso a revisão do veículo não esteja em dia, por exemplo, o motor pode ficar desregulado e aumentar, ainda mais, esse consumo. Além disso, por consequência, aumentam a emissão de poluentes na atmosfera.

“O Brasil conta com o Proconve – Programa Nacional de Controle de Emissões Veiculares. No entanto, ele regulamenta somente a emissão de poluentes tóxicos, como monóxido de carbono, material particulado, óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos. No entanto, não há uma regulamentação para o controle de emissões de gases de efeito estufa, como o CO2. Diante disto, este controle só é possível a partir da renovação da frota, visto que automóveis novos emitem menos CO2″, argumenta.

Para o gerente, além das questões econômicas necessárias para reduzir a idade da frota de veículos, como as reformas tributária e fiscal, exoneração de alguns impostos, diminuição de taxas de juros e um plano nacional de renovação da frota, é essencial que os proprietários executem a manutenção preventiva dos automóveis dentro dos prazos estipulados para cada modelo e idade. “Dessa forma os riscos à segurança e ao meio ambiente serão reduzidos”, finaliza.