Olá, seja bem-vindo ao MONATRAN - Movimento Nacional de Educação no Trânsito
Tel.: 48999811015
você está em:Artigos|Assalto no Trânsito
Assalto no Trânsito
20 de Agosto, de 2025
Artigo
|
By DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR
Assalto no Trânsito

A reação orgânica de um motorista durante e após um assalto envolve uma complexa resposta do corpo e da mente ao trauma.

Apresento aqui um panorama dividido por fases:

Durante o Assalto: Resposta Imediata

O corpo entra em estado de alerta máximo, ativando o sistema nervoso simpático:

•       Liberação de adrenalina e cortisol: Aumenta a frequência cardíaca, pressão arterial e respiração.

•       Reação de luta, fuga ou congelamento: O motorista pode tentar escapar, reagir fisicamente ou ficar paralisado.

•       Visão e audição focadas: Os sentidos se aguçam para detectar ameaças.

•       Diminuição da dor momentânea: O corpo pode ignorar ferimentos leves temporariamente.

 É recomendável não reagir ao assalto, pois movimentos bruscos ou tentativas de enfrentamento podem provocar violência por parte dos criminosos.

 Pós-Assalto: Reações Físicas e Psicológicas

Após o evento, o corpo começa a processar o trauma:

•       Fadiga extrema: O corpo exausto pela descarga hormonal pode sentir cansaço intenso.

•       Tremores, sudorese e taquicardia: Sintomas físicos persistem por horas ou dias.

•       Insônia e pesadelos: O cérebro revê o evento repetidamente.

•       Alterações no apetite e humor: Pode haver perda de interesse por atividades rotineiras.

 Reações Emocionais e Psicológicas

O trauma pode desencadear transtornos sérios:

•       Estresse agudo: Nos primeiros dias, é comum sentir-se aéreo, apavorado ou em negação.

•       Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): Se os sintomas persistirem por mais de um mês, com lembranças intrusivas, medo constante e isolamento, pode ser TEPT.

Síndrome do pânico ou agorafobia: Medo de sair de casa ou de enfrentar situações semelhantes.

•       Depressão: Sentimento de impotência, tristeza profunda e falta de motivação.

 Superação e Cuidados

•       Apoio psicológico: Terapia é essencial para lidar com o trauma.

•       Rede de apoio: Conversar com familiares e amigos ajuda a reconstruir o senso de segurança.

•       Evitar gatilhos: Locais ou situações que lembrem o assalto podem reativar o trauma.

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) pode se manifestar de forma intensa e persistente após um evento traumático como um assalto. Os sinais geralmente aparecem dentro de semanas, mas podem surgir meses depois. Aqui estão os principais:

  1. Revivência do Trauma

Flashbacks: Sensação de estar revivendo o evento como se estivesse acontecendo de novo.

Pesadelos recorrentes: Sonhos vívidos e angustiantes sobre o trauma.

Pensamentos intrusivos: Imagens ou lembranças que invadem a mente sem aviso.

  2. Evitação

Evitar lugares, pessoas ou situações que lembrem o trauma (ex: não dirigir à noite ou evitar o local do assalto).

Recusa em falar sobre o evento ou em lidar com emoções relacionadas.

Isolamento social: Afastamento de amigos, familiares ou atividades antes prazerosas.

 3. Alterações Cognitivas e Emocionais

Culpa ou vergonha excessiva, mesmo sem responsabilidade pelo ocorrido.

Dificuldade de concentração e memória.

Sentimento constante de medo, tristeza ou desesperança.

Perda de interesse pela vida** ou sensação de estar emocionalmente “desconectado.

 4. Hiperatividade do Sistema Nervoso

Irritabilidade ou explosões de raiva.

Sobressaltos exagerados com sons ou movimentos repentinos.

Insônia ou sono agitado.

Sensação de estar sempre em alerta, como se o perigo fosse iminente.

 Quando Procurar Ajuda?

Se esses sintomas durarem mais de um mês e interferirem na rotina, trabalho ou relacionamentos, é essencial buscar apoio psicológico. O TEPT tem tratamento com terapia cognitivo-comportamental, EMDR (dessensibilização e reprocessamento por movimentos oculares), e em alguns casos, medicação.

DIRCEU RODRIGUES ALVES JUNIOR

Diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)