Em meio aos desafios urbanos que afligem o Brasil, surge um clamor por mudanças. Os governantes, em sua maioria, parecem desconectados da realidade vivida, por milhões de brasileiros em todas as partes do país. Porém, em meio a essa turbulência, desponta uma força poderosa: a voz dos cidadãos, amplificada pelas redes sociais.
Imagine-se preso em um transporte público lotado, espremido como sardinha em lata, enquanto segura seu smartphone, compartilhando ao vivo seus desafios diários.
Chega em casa cansado, mas ainda assim encontra tempo para se informar, comparar opiniões e perceber a discrepância entre sua vida e as narrativas políticas tradicionais.
Florianópolis, uma pérola situada em meio ao mar de Santa Catarina, serve como um exemplo vívido desse cenário. Uma cidade que atrai migrantes, turistas e um permanente fluxo de pessoas, mas que enfrenta graves problemas de mobilidade urbana.
O transporte público não acompanha o ritmo do crescimento populacional, e as soluções propostas pelos governantes parecem sempre adiar os problemas para o futuro.
No entanto, surge uma esperança. A integração do transporte marítimo, por meio de píeres estratégicos, aliada à implementação de um sistema de monotrilho, emerge como uma solução viável e eficiente. Uma oportunidade para transformar a infraestrutura da cidade e proporcionar uma mobilidade urbana de qualidade.
O Monotrilho, também conhecido como Monorail, é apontado como o modal mais prático e rápido do mundo em sua construção.
Em Florianópolis, além de ser eficiente, é também o mais barato, pois praticamente não necessita de desapropriações, podendo ser construído acima de muitas vias, como a beira-mar e a própria 401. Suas rodas silenciosas movem-se sobre uma viga, proporcionando uma experiência de transporte tranquila e eficiente.
Claro que haverá desafios, mas os resultados prometem ser excepcionais. O Monotrilho é flexível, podendo variar o número de vagões conforme o fluxo de passageiros, e sua construção pode ocorrer tanto por debaixo dos trilhos quanto suspensos por cima, adaptando-se às necessidades da cidade.
Mas essa transformação não pode ser realizada apenas por vontade política. É necessário que a sociedade se una, que faça ouvir sua voz por meio das redes sociais. Os tempos mudaram, e os governantes já começam a perceber que são os mandatários, não os mandantes.
Florianópolis, conhecida por sua beleza natural e sua atmosfera pacífica, precisa urgentemente de mudanças. O momento é de agir, de levantar a voz contra os interesses monopolistas que insistem em perpetuar a inércia. Afinal, não basta embelezar a praia se a cidade não oferece uma infraestrutura adequada para seus habitantes e visitantes.
É hora de os cidadãos se unirem, de se fazerem ouvir, de exercerem sua influência nas decisões políticas. É hora de construir uma cidade melhor, mais inclusiva e mais preparada para o futuro. O chamado à ação está feito. Resta saber se seremos capazes de atendê-lo.
Doutor em Ciências Humanas e Mestre em História Econômica pela USP, criou e coordenou o Programa PARE do Ministério dos Transportes, foi Diretor do Departamento Nacional de Trânsito – Denatran, Secretário-Executivo do Gerat da Casa Civil da Presidência da República, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de
Florianópolis – Cesusc, Two Flags Post – Publisher & Editor-in-Chief.