Ao abordar o papel das mulheres no trânsito e transporte, é fundamental considerar não apenas fatores históricos e sociais, mas também as transformações recentes que vêm ampliando a presença feminina nesse cenário. Hoje, vemos cada vez mais indivíduos do sexo feminino assumindo funções tradicionalmente ocupadas por homens, seja como condutoras, agentes de trânsito ou profissionais do transporte público. Os desafios enfrentados, como preconceitos estruturais e barreiras culturais, estão sendo superados por determinação, competência e adaptação constante. A valorização da diversidade e da participação feminina contribui para um ambiente viário mais inclusivo, equitativo e seguro, onde diferentes perspectivas promovem soluções inovadoras e aprimoram a convivência nas cidades.
Não só as diferenças físicas entre o sexo masculino e feminino justificam o desequilíbrio comportamental. O metabolismo, a agilidade, os atos impensados, a pressa, a orientação espacial, a necessidade de impor condições, se julgar o dono do mundo são alguns fatores que dissocia o comportamento do homem e da mulher.
Diferenças comportamentais do universo masculino e feminino fizeram com que pesquisadores da Universidade de Virginia atrelassem o fato a condições genéticas e a ação de estrogênios.
O hemisfério direito do cérebro é emotivo e o esquerdo analítico. Na mulher parece haver uma conexão maior entre esses hemisférios, daí talvez atitudes mais seguras, mais bem direcionadas, mais bem analisadas.
O cérebro masculino é cerca de 10% maior que o feminino o que não significa melhor desempenho intelectual já que os testes de QI (Coeficiente de Inteligência) são semelhantes.
Os homens são mais rápidos no raciocínio matemático e espacial enquanto as mulheres são melhores com as palavras, com as relações humanas. Não temos dúvida que isso é uma verdade.
Julgo o homem mais genérico, pouco analítico e pouco emotivo nas atitudes e execução de tarefas. Já as mulheres mais analíticas, detalhistas e emotivas executam tarefas com prévio planejamento e segurança. Na direção veicular vemos esse comportamento presente.
O homem ativo, austero, exigente, dominador, agressivo, imediatista, irritado enquanto a mulher passiva, cautelosa, paciente, tranquila.
A agilidade, a pressa, muitas vezes a compulsão para velocidade são fatores presentes no universo masculino. Daí podemos entender que o homem na direção veicular tem todos os componentes para a sinistralidade. Observe que os sinistros são de médio a graves, quase sempre com vítimas. Já com as mulheres temos mais frequentemente os sinistros leves, sem vítimas, com pequenos danos materiais.
Não tenho dúvida em afirmar que a mulher desenvolve essa atividade com melhor habilidade, segurança e qualidade que o homem. Afirmo isso tendo em vista a grande sintonia entre o hemisfério cerebral que é analítico e o que é emotivo, daí existir contenções para execução de tarefa com risco. Ela é portadora de todo o perfil ideal para execução dessa tarefa. Basta vermos os dados estatísticos de acidentes de trânsito que vamos concluir que a mulher é dotada de características próprias para enfrentar a direção veicular no trânsito e transporte.
É ela que mais respeita a sinalização, raramente comete ato inseguro e se sai muito bem diante de condição insegura.
Já o homem, de raciocínio rápido e com boa orientação espacial é capaz de exageros com relação à agilidade, o respeito à sinalização, torna-se mais competitivo, detém uma direção ofensiva e chega ao sinistro de média e grande proporção com muito mais facilidade.
A mulher, pelo que apresentamos é realmente mais lenta com relação à orientação espacial, mas isso não desvaloriza a seguridade que ela porta e por isso a caracterizo como uma excelente operadora de máquina sobre rodas.
Diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego)