A sociedade brasileira, esse cadinho de diferentes raças e culturas, mais uma vez ao longo de sua História vem demonstrar ser avessa a todo e qualquer tipo de radicalismo.
Majoritariamente, crê em D´us e manifesta sua Fé através de diferentes religiões, respeitando mutuamente os distintos ritos, aceitando com absoluta normalidade as minorias, como os materialistas e os agnósticos de variada natureza.
Interessante pesquisa sobre os valores que os brasileiros mais prezam, encomendada no passado pelo Instituto Ethos e realizada pela Marcondes Consultoria com a britânica Barrett Values Centre, e válida até hoje, revela a percepção que o brasileiro tem de si e da realidade, baseada nos valores pessoais que consideram mais importantes.
Os cinco valores mais votados foram: Amizade (50,9%), Família (44%), Honestidade (39,5%), Respeito (37,3%) e Humildade e Alegria (34,7%).
Os resultados são reveladores e mostram que os brasileiros se veem como pessoas que: têm consideração pelos outros, gostam de compartilhar alegria e confiança, e possuem natureza alegre e modesta. Então, a imagem que o brasileiro faz de si é de um indivíduo gregário, amigável, honesto, alegre e humilde.
Ora, se o brasileiro crê em D‘us e se considera um individuo gregário, amigável, honesto, alegre e humilde nada mais natural que defenda a Liberdade, repudie os extremos, não aceite a volta ao passado e procure ficar distante do radicalismo e de toda forma de violência, inclusive verbal.
As eleições que aí estão deverão refletir o caráter conservador e liberal da imensa maioria. O brasileiro busca a paz, a justiça, a segurança, a redução da pobreza, a educação, saúde, transporte público de qualidade, moradia confortável e cuidado especial com as crianças e os idosos.
Até mesmo no trânsito, violento e agressivo já se pode notar pequenas mudanças de comportamento, fruto da exposição dos usuários do sistema de transporte, ao incalculável número de flagrantes, identificados pelos smartphones e câmeras que se espalham pelas vias de todo o País.
Os brasileiros pós pandêmicos descobriram um outro valor: a importância das redes sociais. Em todos os cantos do Brasil as pessoas estão plugadas em seus celulares e sabem dos acontecimentos imediatamente. A velha e consorciada mídia perdeu valor, reduziu-se a meia dúzia de jornais, revistas e televisões cujo significado pode ser medido pelo formado de tabloide, a quantidade de anunciantes, a tiragem irrisória e os números de sua audiência.
Parece, até, que o brasileiro redescobriu o Brasil. Para consolidar este novo momento basta o eleitor antes de digitar suas preferências ficar com um olho no passado e o outro no seu futuro e no de seus filhos e netos.
Feliz Voto!!!
Jornalista, Mtb 0083569 / SP/BR, Doutor em Ciências Humanas e Mestre em História Econômica pela USP, Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Ciências Sociais de Florianópolis – Cesusc, Membro Titular da Academia Brasileira de História, Comendador da Veneranda Ordem dos Cavaleiros da Concórdia, foi Prof. Adj. Dr. da UFSC, criou e coordenou o Programa PARE do Ministério dos Transportes, ex-Diretor do Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN, Secretário-Executivo do GERAT da Casa Civil da Presidência da República, Conselheiro Consultivo do Movimento Nacional de Educação no Trânsito – MONATRAN e TWO FLAGS POST – Publisher & Editor-in-Chief.